O casamento do sr. Dióspiro e da sra. Noz
No Outono há nozes, castanhas, dióspiros, romãs, uvas, maçãs, avelãs e azeitonas. Também há muita chuva e trovoada.
A dona Noz é muito refilona e chora muito por estar naquela casca sem saída.
Num dia de Novembro, o senhor Dióspiro ouviu um enorme rebuliço e ajudou-a a sair da casca. Quando conseguiu abri-la, a primeira coisa que lhe disse foi:
- Cuidado, D. Noz, porque há muitos animais, especialmente os roedores e aves que a podem comer ou esmagar.
- Muito obrigado pelos conselhos. Quem tenho o prazer de conhecer?
- Sr. Dióspiro, ao seu dispor.
- Podia-me refrescar um pouco? É que passei o Verão escondida na minha casca dura!...
- Com certeza! É um prazer!
Em breve tornaram-se bons amigos. Um certo dia foram jantar a um restaurante só para pares românticos e, quando se iam embora, tornaram-se namorados.
Os pais deles, que já eram casados há muito tempo, fizeram uma reunião.
- Será que os devíamos casar? - perguntaram entre si.
- Sim! Boa ideia! - acharam todos.
- E em que dia?
- No dia de S. Martinho, claro. A ementa constará de castanhas assadas, a estalar.
E nesse dia casaram-se e lá estiveram: o padre Azeitona que realizou o casamento, a família Avelã, as irmãs Castanhas, a princesa Romã, o grande cacho de Uvas e a distraída Maçã.
A Chuva e a Trovoada estiveram a espreitar pela porta da igreja.
Eles tiveram frutos e ficaram felizes para sempre!
Adaptado e reinventado/Vaz Nunes
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